quinta-feira, 15 de maio de 2014

Apareceu numa manhã de nevoeiro...





 Apareceu numa manha de nevoeiro
Acordei  cedo. Estava a prometer chover mais. O dia nublado contribuia para a minha preguiça matinal. Finalmente era domingo. O gato espreguiçou-se e correu para a cozinha, o pequeno-almoço estava a chegar. 
Dirigi-me à porta para apanhar o jornal que o porteiro gentilmente me deixa todos os dias e ao abri-la, pressenti uma sombra junto do pilar de mármore que existe perto da escada.
Debrucei-me um pouco mais e lá estava a confirmação da suspeita. Uma pequena bola de pelo escuro. Um cãozito, aparentemente sem raça definida, todo encolhido .
Seria possível? Um animal ali aquela hora… só podia estar perdido! Olhou para mim assustado mas não demonstrou qualquer intenção de fugir. Apanhei-o e, sem pensar duas vezes, meti-o dentro de casa - pensaria depois o que fazer com ele.
Aqueci um pouco de leite, era muito pequeno e eu não tinha outras alternativas alimentares, mas pensei que esta poderia ser uma primeira forma de interacção. Limpei-o todo, estava molhado da humidade. Mostrei-lhe a tigela onde tinha misturado com o leite um pouco de miolo de pão de centeio...  Na verdade a reacção foi a esperada,  devorou tudo num instante.
O meu gato, o MC, entretanto tinha-se aproximado e estabeleceram, apesar de uns “fffff” e uns “rrrr” iniciais uma lógica de comportamento amigável. Os animais encontram sempre uma forma de se entenderem.
Durante uma semana procurei-lhe o dono sem sucesso. Depois levei-o ao veterinário que lhe fez uma consulta de “primeira vez” , e agora já me procura para comer, já se aninha com o gato para dormir. A minha vida muito corrida não me permite grandes intervalos mas estou a praticar levantar-me quinze minutos mais cedo todos os dias para passearmos. Não sei quem teve a coragem de o abandonar, mas na verdade fez-nos  um favor. Porque é muito bom  ter um companheiro  de brincadeiras e risos
Chama-se Sebastião.

LR/2014

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